quinta-feira, 19 de abril de 2012

Beija-flor


Suaves tufos brancos, como pedaços de nuvens a cair na superfície espinhosa do xiquexique voraz.

 
Ornam a princípio a planta resistente, sem, contudo, esquivar-se de seu destino, de sua saga doadora, arrumada pelo sopro evolutivo dos Alpes Celestiais.

 Caem, enfim, no bico do precavido beija-flor, que, astutamente, carreia-os, no labor do artesão mais romântico, para erguer, na sutileza charmosa do voo engenhoso, o aconchego singular da prole amada.

 E as frontes impetuosas e agressivas da planta matreira (e não se diga que seja a urtiga) fazem reluzir um encanto inesperado, criando a guarda aguerrida para os futuros amantes das orquídeas solitárias.


Um comentário: