Um veio onírico se mostra inesperado
No recanto de uma bela floresta sagrada
As libélulas voam rutilantes, sagazes,
Como sinais de um enlevo adormecido.
Um eu martirizado, disfarçado, vive sua “persona”,
O verdadeiro e inconfundível insano-rei.
Talvez um elo perdido? O antigo em ventos do hoje,
Trazendo segredos, alvíssaras, no que é possível?
Mas tudo é possível, ante a notória imaginação...
Clama-se a libertação viciada da civilização
De erguer-se, com barreiras, em apoteoses de repressão,
Inoculadas nas vertentes mais poderosas,
Por que não chamá-las opressoras?...
Afasta-se o cerne, a verve da flor, do seu odor.
Uma maravilha, esquecida, enriquecida, demais, deveras...
O chamamento que mais incomoda, exorta, e até esnoba...
Resistência madrasta, que maltrata, mas não impede, e impele!
O que se sucede, é visível, mesmo o cego, que sou eu, ou o outro...
Ao ver o antes inteligível, irreconhecível, inapreensível, ahhh...
Mas pude, e vi, e senti, e emergi, renascendo, me contorcendo,
E me libertei, para sempre, sem ventre, sem ente...
André Agra