(Permitam-me depois de tantos textos, uma acanhada poesia!)
Que amor é esse?
Não se faz impetuoso,
como a espada de Tristão,
que é arrebatadora,
mas maculada de culpa!
Nem tão angustiante
como os suspiros de Píramo,
como os suspiros de Píramo,
inalando o doce amor de Tísbe,
por um rasgo de parede ...
por um rasgo de parede ...
dos galanteios poéticos de Romeo,
a cortejar à donzela de Verona...
a cortejar à donzela de Verona...
Mas é real, portanto, imaginário,
É voluptuoso, sem se fazer tragédia!
É voluptuoso, sem se fazer tragédia!
É intenso, e não corta na carne!
Surpreende, e não assusta.
E de momentos de calmaria,
tal o misterioso mar (de repente!),
Faz emergir procelas, não “em seu furor”,
Como cantaria o príncipe do “Avohai”;
Mas em calor, em êxtase, em encanto...
Pois, deleita-se inteiro no perfume,
que não é o roubado,
como o das “rosas de Cartola”!
que não é o roubado,
como o das “rosas de Cartola”!
E reflete-se e inverte-se...
em beleza e cheiros inebriantes,
no seio de uma natureza calma,
mas indomável...
no seio de uma natureza calma,
mas indomável...
É belo; singularmente belo!
Mais que isso, é eterno...
E não “enquanto dure”! Nada disso!
Mais que isso, é eterno...
E não “enquanto dure”! Nada disso!
Pois, emoções como essas, e só elas,
Ecoam além dos singelos sentidos,
Além dos tempos contados.
É assim o meu amor por ti, é assim a sua história...